terça-feira, 17 de julho de 2007

Causos do Tropeiros I (2006)

"Vem na mamãe, vem na mamãe..."


Com a Semana Farroupilha já se aproximando, cavalarianos do CTG dirigiram-se até a cidade de Herval na busca da centelha da Chama Crioula. Veja o que se assucedeu! Na chegada, um nobre edil local de atitudes suspeitas se emparceirou com um de nossos cavalarianos. O anfitrião fez de tudo para agradar o bombachudo, oferecendo-lhe pouso e outras regalias. O que nosso bombachudo prudentemente recusou (as más línguas dizem que não...). No mesmo dia, os presentes foram convidados a prestar homenagem a um importante revolucionário, que havia sido morto e enterrado em terras próximas. A gauchada, mui respeitosamente, seguiu até lá, chegando para prestar homenagem ao tal de Verdum. Vejam a decepção do bombachudo! Ao se aproximar do túmulo, perguntou de chapéu pregado no peito a um de seus companheiros de quem se tratava, quem era, o que tinha feito. A resposta foi: - Trata-se do Comandante Verdum! O bombachudo retrucou: - É gaúcho? E ouviu a resposta: - Não, é uruguaio. O bombachudo indignado, deu meia-volta e exclamou: - E eu ainda perco o meu tempo com uma M... dessas!


A noite desceu devagarzita e a gauchada do Tropeiros por lá pernoitou. Nosso amigo bombachudo já dormia na madrugada, quando a gurizada que tinha ido dar uma volta pela cidade (foram prá bailanta) chegou no galpão onde estavam instalados. A gurizada mui maleva escutou o ronco do bombachudo. Não obstante ouviram também um leitãozinho (depois viram que era um filhote de javali criado guacho) preso numa pecinha. Soltaram o animal e diziam: Vai na mamãe, vai na mamãe! E apontavam para o bombachudo que roncava estridentemente. O animalzinho não deixou por menos, ao enxergar aquela figura gorda roncando identificou logo a sua mãezinha, se aconchegando em seu seio (entenda-se como quiser...). A gurizada afirma de pé junto que não se ouviu mais o leitãozinho, só o ronco da "mãe".


Parece que o bombachudo estava realmente sem sorte. Na volta, em um trecho da estrada os cavalarianos tinham que passar um arroio. Bateu uma chuvarada e o arroio transbordou. Resultado: tiveram que acampar no meio do campo e esperar mais um dia.


Finalmente chegando no Tropeiros, a Semana Farroupilha transcorreu e nossos cavalarianos, pelos serviços prestados receberam uma importante comenda. Comentaram por aí que o bombachudo não gostou muito.


Mas sem o nosso bombachudo, tão azarado, porém gaúcho de fibra e amante da tradição, talvez não se faria em nosso CTG tantos eventos de qualidade e relevância, reconhecidos por todos.



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