quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Outros Causos II (Anos 70)


La pelos idos de 1971/72, um tal Alemão lá do Instituto Agronômico do Sul passava filme na então associação, aqui na Avenida Narciso Silva. Pois vejam até eu fazia parte desta equipe. Nos éramos aparelhadíssimos, primeiro nosso transporte um ford 51 em perfeito estado. Uma ocasião quando chegamos aqui constatamos que um pneu estava furado e isto é coisinha pra gaúcho! Fui no borracheiro que só atendia ate escurecer e já fazia algum tempo que havia escurecido. Por um valor do dobro consegui o conserto. De lá eu ouvia o anúncio através das cornetas ali existentes, numa angústia e louco para me desocupar de um vez e vir acabar com aquela palhaçada. A comunidade leonense conheceu o saudoso João do Pulo pelotense, este era nosso locutor oficial devido a sua voz, nesta ocasião passaríamos o filme intitulado MARIA BONITA A RAINHA DO CANGAÇO; o infeliz não parava de gritar ao auto falante não percam hoje na associação: - MARIA FUMAÇA A RAINHA DO CAGASSO.
Devido ao nosso descontentamento com fatos acontecidos alheios a nossa vontade solicitamos ao dono do carro e chefe da equipe que nos deixasse na volta em Pelotas, pois do grupo só ele era casado e deveria voltar ao convívio da família. Neste ínterim quando haviamos andado um terço do caminho em direção a cidade-mãe, vínhamos em alta velocidade, se abriu o capô, pra quem sabe aquela tampa do motor, só que aquilo era enorme e tirou totalmente a visão do alemão, foi um ubarara! Te conto paramos, descemos, amarramos novamente o citado, agora com um arame mais grosso que tínhamos na mala, sim porque o alemão não tinha o que era bom, mas era prevenido. Até marreta ele usava na mala do veiculo, acho que com a intenção de um dia realisar um sonho que havia me contado, de desmachar o ford a marretadas. Concerto feito após uma empurradinha dumas três quadras, o ford pegou e se fomos. Quando nos encontrávamos já na avenida Duque de Caxias na cidade-mãe, soltou uma tal de ponta de eixo, como vínhamos em uma velocidade forte aquilo foi um barulhão na noite calma de Pelotas e um risco de fogo que dava medo. O Zé gritava: - ta pegando fogo! Lá estamos nós novamente, o alemão já estava brigando com nós, dizia: - que desculpa vou dar pra patroa?! Não bastasse isto, encosta um viatura da policia militar, cinicamente um soldado diz: - tão precisando de ajuda? Todos respondem: - não obrigado! Os policiais desconfiados descem. Sorte a nossa o Alemão era funcionário publico e um dos policiais conhecia o Zé.
Voltando ao nosso descontentamento com os fatos, trata-se do seguinte o filme. Finalmente anunciado de forma correta ou seja: MARIA BONITA RAINHA DO CANGAÇO. Por motivos também alheios a quem nos alugava os filmes, não veio a fita, mas para não nos deixar mal o sr. responsável por nos mandar a fita , nos mandou um bilhete informando que por motivos de força maior estava enviando o filme “Elvis Presler em Acapulco”. Como só abrimos a mala na hora da projeção, imaginem a revolta do público. Não apanhamos por detalhes do tipo: já éramos bastante conhecidos por nossas trapalhadas; pediram o dinheiro de volta mais da metade do publico ali existente, deixando-nos assim em estado de falência .
Com tantos problemas resolvemos procurar um mecânico conhecido e retornarmos para o instituto ou seja para casa. Vinha clareando o dia, estávamos a uns quatro km de casa, o Alemão pará e pede para o Zé dar uma olhada, parece que tá com um pneu furado. Acredite se quiser ainda somos três deste grupo vivos. O Zé olha desanimadamente e diz: - deste lado são dois, um a meio pau. Diz o Alemão: - se formos rápidos, trocamos e se vamos novamente! O desânimo do Zé: - que m....... tá os quatro furados! - Não acredito - diz o Alemão. Pasmem senhores fomos conferir a estepe que vocês sabem, no começo da estória eu consertei. O Alemão queria voltar para matar o borracheiro como coisa que se tivesse ficado boa iria resolver alguma coisa. Vocês não sabem, o alemão prevenido tinha uma charrete prendida que foi a solução, pois passamos o sábado carregando pneus para o borracheiro.

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