domingo, 25 de novembro de 2007

Outros Causos IX (década de 70)


Açude da cruz

Quem me contou foi o cabo Toco e aquele da t.p.m.b. Aconteceu ali no açude da cruz, um certo dia foram pescar o Fileno Dester e o Luiz Grosso, estavam eles pescando do lado norte ali mais pro lado da faixa, chegou do outro lado quatro rapazes, se instalaram, botaram as linhas na água, fizeram um fogo, começaram a assar uma carne. O Luiz Grosso comenta hoje vamos comer churrasco, não deu outra, lá pelas tanta ouviram a “balaca” da rapaziada: “vamo lá, vamo churrasquia”! O Luiz Grosso pelou as calças e a camisa e saiu por cima da água – é, é isto mesmo (nadar com o corpo fora d’água). Mas conforme se aproximou, mergulhou e puxou a linha, bateu o cininho (cincerro). Já um dos rapazes correu e ao puxar a linha pediu ajuda aos companheiros que correram a ajudar e comentavam “que baita bicho, que animal”! É verdade quando começou a sair da água, coisa que o Toco dizia não saber como, o Luiz Grosso fazia aquilo. Foi saindo assim de pé num lugar que tinha uns três metro de fundura. Imaginem o cagasso que levaram ,aquilo foi “ai, ai, ai a...i, a...ai”, que é aquilo “credo em cruz vigem Maria”, “pesquei um fantasma”! Abandonaram tudo e se foram a “lá cria”, o Luiz Grosso pegou o churrasco e do jeito que foi voltou, só que desta vez é evidente não mergulhou. Veio nadando de pé com mais de meio corpo de fora da água. Dias depois, os rapazes tentavam convencer seus pais e amigos contando o ocorrido naquela noite, mas só o que ouviram era “olha o fantasma, cagão, vocês não sabem então que é por causa deste fantasma que o lugar se chama açude da cruz ra...ra...ra..ra...”

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